Fantasma sobre os trilhos

Caso dos trens abandonados na gestão de Alckmin chega as mãos da justiça


Trens abandonados em São Paulo, poderiam ser usados para atender a população


Sulivan Bruno Damasceno
da Memory News 12/07/2016

Apesar de ser a linha com menor número de estações da 6 que estão funcionando na capital, a linha-5 lilás é a segunda que transporta mais passageiro transportando cerca de 6,1 milhões de pessoas por dia. Mesmo assim 26 trens novos começaram a sair ainda em 2013 da fábrica, no entanto, nunca foram usados para suprir a demanda altíssima de pessoas. 

De acordo com o ministério público do estado a compra das composições que nunca foram colocadas sequer na linha para transportar passageiro é reflexo do mal planejamento e de incompatibilidade tecnológica. Segunda-feira (11) o órgão público denunciou nove pessoas por improbidade administrativa, entre eles o atual secretário de Transportes Metropolitanos do Governo Alckmin, Clodoaldo Pelissioni e Jurandir Fernandes, resta apenas saber da justiça se a petição é valida.

Segundo a reportagem do Jornal El País, em março, 10 trens saíram da fábrica localizada em Hortolândia, no interior do Estado, e outros 16 estão estacionados em um pátio do metrô, totalmente largados, inclusive muitos foram depredados. Um dinheiro jogado fora, segundo a reportagem foram gasto cerca de 615 milhões de reais e este montante que a promotoria quer que seja devolvido aos cofres públicos, além de mais de 30% da multa que são por danos morais, uma investigação que permeia desde setembro de 2015, quando houve a denúncia.

Segundo o autor da denúncia Marcelo Milani, as composições estão perdendo a garantia, tem tecnologia diferente e por conta disso não podem ser colocados na linha 5, porque eles possuem bitolas (largura entre trilhos), diferente dos trens das outras linhas que atuam na cidade. Segundo funcionários do metrô que foram ouvidos pelo jornal El País, as composições funcionam em CBTC, uma tecnologia capaz de encurtar intervalos de circulação, desse modo, aumenta a eficiência do sistema como um todo, ao contrário destes trens que estão encostados que funcionam com o antigo sistema ATC, tornando impossível a circulação destes trens. Mas se eles funcionam em outro sistema, porque a gestão que administra o Metrô não toma providências e muda o sistema dele para se adequar aos parâmetros exigidos pela companhia.

Fonte: Jornal El País

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