Paula Diaz tem 19 anos
Por Sulivan Damasceno
Jovem chilena de 19 anos, nascida na cidade de Talca, ao sul da Capital Santiago, ela sofre com uma doença extremamente rara que ainda não foi diagnosticada pelos médicos do seu país. Segundo a família de Paula, ela tem feito movimentos involuntários, tem paralisias das extremidades e uma dor que a jovem define como insuportável.
Em um vídeo compartilhado pela família da jovem no Twitter chamou a atenção do Chile. Neste vídeo a jovem pede a presidente Michele Bacheet que autorizasse sua eutanásia que nos dias de hoje é proibida no país: "É algo tão terrível que não consigo descansar. Nem de dia, nem à noite (...). Já não suporto meu corpo. Ele está despedaçado. Não consigo apoiar qualquer parte dele sem sentir dor. Como não conseguem entender que já não aguento mais?", diz em sua mensagem à presidente.
Ainda há imagens da jovem se contorcendo na cama com as extremidades tensionadas muitas dessas vezes na maca do hospital com um semblante aflito. Em poucos dias, o vídeo VIRALIZOU na internet e dividiu opiniões no país a respeito da eutanásia se pode ou não, ainda em 2014, uma menina também fez o mesmo pedido a Bachelet para morrer pela eutanásia, o tema voltou a ser debatido a respeito da autorização para suicídios no país, entretanto, o caso de Paula é bastante diferente do de 2014.
No entanto, a ausência de um diagnóstico conclusivo a respeito do caso de Paula, ao qual os médicos que atribui um transtorno psiquiátrico que seria responsável pelos sintomas que a paciente sofre. Tudo isso fez com que a eutanásia ganhasse novas camadas a respeito do tema a ser discutido.
Segundo a irmã de Paula, Vanessa Diaz, tudo começou em 2013 quando a jovem foi hospitalizada com o sintoma que foi associado aos médicos com o coqueluche: ""Nossa família relaciona (os acontecimentos subsequentes) ao fato de que Paula, pouco antes de ser hospitalizada naquele ano, recebeu a vacina tríplice, que protege contra três doenças (tétano, difteria e coqueluche) - e foi hospitalizada pela primeira vez justamente por uma suposta coqueluche", argumenta Vanessa.
Para seus familiares, que ainda não se manifestaram oficialmente por escrito acreditam que um vírus presente na vacina tenha se alojado na medula de Paula e é responsável pela condição atual dela. Portanto a acusação por si tem causado repercussão no Chile, onde a imunização é obrigatória.
Segundo o medico Miguel Kottow, chefe da Unidade de Bioética da Escola de Saúde Pública da Universidade do Chile afirma que não há antecedentes neste caso e disse que as acusações são delicadas: "É um tema muito grave, já que qualquer decisão que se tome nesse caso também coloca em evidência o tema da imunização obrigatória", disse ele.
Segunda a irmã de Paula, depois que ela tomou a vacina da primeira hospitalização, a situação da jovem piorou: "A partir daí, ela começou a apresentar uma série de sintomas que não tinham ligação com a coqueluche. Foi hospitalizada diversas vezes, ficou internada em muitas clínicas e começou a perder a mobilidade das pernas, dos braços, a sensibilidade em algumas partes do corpo e a sentir muita dor", afirma.
Kottow afirma que não seria bom abrir caminho para o suicídio assistido neste caso dada a quantidade e dificuldades de acesso a informação com relação ao caso de Paula: "Até agora, a única informação que temos são alguns vídeos nas redes sociais. Mas isso não informa muito sobre a condição real da jovem. Com base em um vídeo e na opinião da família não se pode chegar a nenhuma conlusão, mesmo que seja somente ética, sem força legal. Este é um caso que devemos analisar para além da boa vontade e da compaixão", defende.
Fonte - uol.com
Foto: divulgação
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