Sobre o aumento da gasolina e do gás de cozinha, Bolsonaro ironiza aumento e afirma que o 'país foi o que menos sofreu na economia'
Presidente ainda negou ser sua responsabilidade a inflação dos alimentos e o desemprego e citou a situação da Europa

Presidente Jair Bolsonaro (Reprodução)
SULIVAN DAMASCENO
Presidente Jair Bolsonaro disse aos apoiadores na manhã desta sexta-feira 8 que o Brasil é um dos países que menos sofreu efeitos econômicos da pandemia. De acordo com suas afirmações sobre a Europa, além da inflação, estariam faltando alimentos.
“Um dos países que menos sofreu na economia com a pandemia fomos nós. Aí fora aí, Inglaterra 300% o aumento de gás, 200% em média na Europa, alimentos em falta lá, não é apenas a inflação”, disse aos seus apoiadores.
No entanto, não encontra fundamentos na realidade. Bolsonaro ignora a alta galopante da inflação, que chegou a 10,16% no acumulado em setembro, conforme informou o IBGE horas antes das afirmações feitas no cercadinho do Alvorada. A alta dos preços é recorde no Brasil e desde 1994 não tínhamos chegado a essa situação.
Falta alimentos e isso é visto na verdade, em território nacional. Há imagens como a venda de ossos antes descartados passaram a ser parte da realidade brasileira na atual gestão. A fome também voltou a ser parte da vida de 19 milhões de pessoas no País com a chegada de Bolsonaro ao poder, segundo relatório da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
Sobre o desemprego, são mais de 14,1 milhões de desempregados registrados no segundo trimestre do ano, queda de apenas um ponto percentual para o período anterior. Os 13,7% de taxa de desocupação, portanto, reforçam que o discurso do presidente não se materializa na prática.
Na Europa a economia não está galopante e em franco crescimento, mas, diferente do que prega Bolsonaro aos seus apoiadores, a maior parte dos países do continente passaram pela pandemia com menos efeitos colaterais do que o Brasil. Boa parte deles, inclusive, já reabriu e vive rotinas semelhantes as de períodos pré-pandêmicos, sem o uso de máscaras e com grandes eventos.
Fonte - Carta Capital
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